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    INFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS DO BAIRRO (2000)   

Região Administrativa:...................................IV
Área (ha):.....................................................247,2
População residente:.................................6684
Densidade demográfica:....................27hab/ha
Ruas e avenidas:............................................17
Jardins, praças e parques:..............................5
Praias (extensão em km.):............................0,4
Imóveis residenciais:.................................2047
Imóveis não-residenciais:.............................41
Escritórios:.....................................................15
Colégios:...........................................................8
Bancos:.............................................................5
Clubes/ginásios:..............................................2
Garagem/estacionamento:..............................0
Posto de combustíveis:..................................1
Restaurante/bar/lanchonete:.........................11
Hotel/motel/hotel residência:.........................--
Oficinas:.............................................................2
Supermercados:................................................4
Casas/sobrados:...........................................424
Apartamentos:.............................................1645
Salas comerciais:............................................15
Loja/sobreloja:.................................................43

Fonte: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - Subprefeitura do Grande Flamengo.
Publicado no suplemento da ABADI (nº 221) no "Jornal do Brasil" de 14 de julho de 2000.
 

  

 

 
Associação de Moradores e Amigos da Urca   
 
 
 
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BUSTO DO DR. AUGUSTO RAMOS

Dr. Ramos

Esta escultura encontra-se no Morro da Urca e é do projetista do nosso teleférico.

fonte: http://www.monumentosdorio.com.br/monu/rio/070/006.htm

Colab.: Angela Schnoor - nascida e ex-moradora do bairro.

BIOGRAFIA - Dr. Augusto Ramos - Engenheiro civil, sanitarista e economista brasileiro nascido no Estado do Rio de Janeiro, que projetou (1908) o ousado caminho aéreo para o Pão de Açúcar, através de teleféricos, ligando os morros da Babilônia, Urca e Pão de Açúcar. A ele se deve o plano de valorização do café que tantos benefícios troxe à indústria cafeeira do país, sobretudo de São Paulo. Também da indústria açucareira se ocupou largamente , tendo representado seu estado natal em diversas conferências e congressos industriais.

Escultor - Armando Schnoor, escultor, egiptólogo e professor catedrático de escultura na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil (atual EBA/UFRJ). Armando jovem foi cartógrafo do IBGE e representou o Brasil na ONU, depois estudou escultura na Escola Nacional de Belas Artes aonde chegou ao topo da vida acadêmica quando defendeu e obteve a Cátedra de Escultura. Carreira esta, coroada quando, já aposentado, recebeu o título de Professor Emérito para que continuasse a fazer parte do corpo docente dando aulas nas classes de doutorado. Foi membro do Conselho Federal de Cultura e tem obras espalhadas no Brasil e no exterior.
No início dos anos quarenta, iniciou seus estudos sobre a cultura, religião e arte Egípcia que se tornou sua paixão até o fim da vida. Dentre os vários idiomas que falava, os hieróglifos foram, sem dúvida, a expressão mais difícil para encontrar interlocutores. Armando foi um homem terno, sábio e aparentemente calmo. Sua qualidade que mais me marcou foi a imensa abertura de idéias e a aceitação incondicional e respeitosa do ser humano.

 

CENTENÁRIO DE CHOPIN - 2010

Em 2010 foram comemorados os 200 anos do nascimento do compositor polones Frydryk Chopin. A Urca muito se orgulha de saber que na página inicial do site comemorativo, a foto principal é da estátua de Chopin na Praia Vermelha! Para ver o site: http://chopin2010.pl/en

Estátua de Chopin na Praia Vermelha, Rio de Janeiro, Brasil

colaboração de Nelson Pietroski - 04/2009

 

N O M E S   D A S   R U A S,   P R A Ç A S   E   P R É D I O S

 

Os nomes de cada uma da ruas e praças do nosso bairro são, por um motivo ou outro, frequentemente, mencionados por nós.
Seja para indicar nosso próprio endereço, seja para ajudar alguém de fora que esteja meio perdido, para fazer pedidos de mercadorias no comércio local ou por outro motivo qualquer.
No entanto, nunca nos ocorre questionar quem teriam sido tais personagens que emprestaram seus ilustres nomes ao nosso reduzido mais querido espaço geográfico.
Podemos nos juntar a tais homenagens conhecendo um pouquinho da vida de alguns deles:

- SÃO SEBASTIÃO (avenida) –  São Sebastião (França, 256 d.C. ­ 286 d.C.) Originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).

É um santo muito popular e padroeiro do município do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas. Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em 20 de janeiro. São Sebastião é o protetor da Humanidade contra a fome, a peste e a guerra.  (Colab, A. C. Valle, futura moradora desta rua).

- ROQUETE PINTO (rua) – Antropólogo brasileiro; nasceu em 1884 no RJ, onde faleceu em 1954. Voltou-se também para a difusão da cultura, fundando a Rádio Sociedade do RJ, atual MEC, e também a Rádio Escola Municipal, da antiga Prefeitura do Distrito Federal, depois Rádio Roquete Pinto. Sua obra mais notável é “Rondônia” (1917). Foi membro da A.B.L.

- JOÃO LUÍS ALVES (avenida) – Jurista e político brasileiro; nasceu em juiz de Fora/MG em 1870 e morreu em Paris em 1925. Secretário de Finanças de MG entre 1919/22. Foi também Ministro da Justiça (1922/24) e Ministro do Supremo Tribunal Federal. Membro da A.B.L.

- PASTEUR (avenida) – Louis Pasteur, químico e biólogo francês (1822/1895) realizou pesquisas notáveis no campo da Biologia e no estudo da micro-biologia. Elaborou um método de conservação de alimentos (pasteurização) e depois de inúmeras dificuldades, criou a vacina contra a raiva.

- CACILDA BECKER (praça) – Atriz brasileira; nasceu e morreu em SP (1921/1969). Figura de primeiro plano do Teatro Erudito; interpretou sempre a personagem principal em peças de renomados autores. 

- GENERAL TIBÚRCIO (praça) – Antônio Tibúrcio Ferreira de Souza, militar brasileiro, nasceu em Viçosa/CE e morreu em Fortaleza/CE (1873/1950). Distinguiu-se em combate na Guerra do Paraguai com grande atuação.

- URBANO SANTOS (rua) – Político brasileiro (Maranhão/1859 - Rio de Janeiro/1922). Foi deputado, senador, vice-presidente da República de 1914/1918. No impedimento de Wenceslau Brás, de quem era vice, exerceu a presidência nos meses de setembro e outubro de 1917.

- ELMANO CARDIN (rua) – Jornalista e ensaísta brasileiro. Nasceu no RJ em 1891. Foi membro da A.B.L. e publicou, entre outras obras: “Na Minha Seara”, “Na Seara Alheia” e “Vidas Gloriosas”.

- ALMIRANTE GOMES PEREIRA (rua) – Magistrado brasileiro, nascido no Rio em 1865 e falecido em 1926 na mesma cidade. Destacou-se no combate à revolta dos marinheiros (1910). Foi Ministro de Estado e do Superior Tribunal Militar. 

- OSÓRIO DE ALMEIDA (rua) – O engenheiro Gabriel Osório de Almeida (?-1925) foi presidente da Estrada de Ferro Central do Brasil, das Docas de Santos, do Lloyd Brasileiro e atuou na Câmara dos Vereadores.

- RAMON FRANCO (rua) – Piloto espanhol cuja proeza maior foi ter atravessado o Oceano Atlântico numa época de precários recursos técnicos da aviação. Conta que esteve no Brasil, onde foi homenageado.

- URANDI / IGUATU (ruas) – Constam como acidentes geográficos. cidades da Bahia e do Ceará.

- IGUATU (atual Elmano Cardim).

A listagem está incompleta por absoluta falta de informações. Continuamos, porém, levantando a pesquisa deixando o espaço aberto para quem possa nos ajudar.
Todos os dados desta pesquisa (exceto “Ramon Franco”) foram obtidos através do Dicionário Enciclopédico Koogan Larrouse, Volume 2.

- JOAQUIM CAETANO da Silva (1810 - 1873)

(Colab. De Gabriel M. Ribeiro)

http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/JoaqCaSi.html

Médico, publicista, diplomata e professor brasileiro nascido em Cerrito, mais tarde Jaguarão, Estado do Rio Grande do Sul, que se notabilizou pela defesa do Brasil na questão dos limites da Guiana Francesa e na incorporação definitiva do território do Amapá ao Brasil, através da obra L'Oyapock et l'Amazone (1861). Filho de Antônio José da Silva e de Ana Maria Floresbina, foi educado sul e fez  cursos superiores na França (1626-!837), onde se formou em medicina pela Faculdade de Montpellier e em humanidades pela Universidade de Paris. De volta ao Brasil (1838), foi nomeado professor de gramática portuguesa, retórica e grego do Colégio Pedro II, do qual se tornaria também diretor (1839). Apresentou de público no Instituto Histórico, do qual era sócio, e em presença do Imperador, a sua Memória sobre os limites do Brasil com a Guiana Francesa (1851). Logo em seguida foi nomeado encarregado de negócios do Brasil nos Países Baixos e retornou à Europa (1851), onde três anos depois, tornar-se-ia cônsul brasileiro. Conduziu em Haia (1853-1854) as negociações para o ajuste de limites com a Colônia de Suriname, questão só resolvida no início do século seguinte, pelo Tratado de Rio Branco e Palm (1906). Publicou em Paris, a excelente obra intitulada L’Oyapock et l’Amazone (1861), um aprofundamento das ideias contidas do Memórias e deixando definidos os direitos do Brasil ao território que lhe disputava a França, o então chamado Contestado do Amapá, trabalho de fundamental importância para que o barão do Rio Branco obtivesse sucesso na incorporação daquele território para o Brasil. Após deixar a diplomacia, tornou-se inspetor geral da Instrução Pública e diretor do Arquivo Nacional. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, foi responsável pela elevação da geografia à categoria de ciência no Brasil, aliando aos conhecimentos geográficos uma grande cultura filosófica. Além do estudo sobre a questão do Amapá, publicou, entre outras obras, Fragment d’une mémoire sur la chute des corps, em Montpellier (1836) e Quelques idées de philosophie médicale (1837), tese com que obteve o grau de doutor em Medicina em Montpellier. Faleceu em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, em 28 de fevereiro, e é o patrono da cadeira nº 19 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Alcindo Guanabara.

 

- MARECHAL CANTUÁRIA

Citado em trechos deste documento (colab. De Gabriel M. Ribeiro)

http://www2.mre.gov.br/missoes_paz/port/capitulo3.html#

Na noite de 9 de agosto, Roca discursa para agradecer o banquete com que é homenageado. Em sua fala sintetiza seu pensamento: "Militei muito jovem nas forças aliadas que lutavam por uma causa comum, e este vínculo de sangue e sacrifício não se rompe facilmente na vida. Levado mais tarde ao governo, esforcei-me em desenvolver entre os países uma ação pacífica e proveitosa. Coube-me então firmar o tratado preliminar para levar a termo nossa velha contenda colonial. Voltei ao poder a tempo de presidir as últimas sugestões da demarcação. Cumpre-me dizer aqui com franqueza que aceitamos quase com satisfação a decisão do árbitro, porque assim conquistamos o que vale mais do que um pedaço de território, a simpatia amizade do povo brasileiro".

Um ato central da recepção oferecida a Roca é o desfile militar que se realiza no dia 11 de agosto. Participam desta grande parada 9.000 homens das três Armas. As tropas passam ao comando do General Cantuária, em cujo Estado Maior desfila o Tenente Shipton, Adido Militar da Embaixada dos EUA. no Rio, um detalhe de menor importância, mas que em alguma medida revelava a relação que existia nesse momento entre Brasil e Washington.

…………………

Ademais da matinée produziram-se naquela véspera da partida de Campos Salles uma série de atos destinados ao congraçamento militar. Houve uma visita ao Arsenal de Guerra, um ato religioso no Convento de São Domingos em memória dos caídos na Guerra do Paraguai e à noite, o Ministro da Guerra da Argentina, Coronel Pablo Riccheri, ofereceu banquete ao Marechal Cantuária, Chefe do Estado Maior do Exército Brasileiro.

As manifestações então ocorridas sublinharam a união nascida na luta comum. O Coronel Riccheri referiu-se aos “vínculos que resistem à ação do tempo e dos acontecimentos: os vínculos de sangue vertidos em comum nos campos de batalha pela nobre causa da liberdade". E o Marechal Cantuária creditou a solidariedade entre o Brasil e a Argentina aos seus Exércitos, que lutaram afiados “pela santa causa da liberdade (e que) conjuntamente sofreram as privações dos mesmos acampamentos militares...defendendo as mesmas causas e compartilhando as mesmas vitórias”.

 

 

História Aprofundada dos Prédios e Monumentos da Urca

 

EDIFÍCIO CURITIBA - AVENIDA PORTUGAL - Por que seu nome?

General Albuquerque

O General José Pires de Carvalho Albuquerque, veio de Curitiba ao Rio, onde está no Pantheon da Escola Militar, foi do IME, trabalhou na criação e urbanização de diversos bairros do Rio de Janeiro como Leblon, Grajaú, Maria da Graça. E construiu o edifício Curitiba, na Urca, por causa da sua cidade de origem. Ele trabalhou durante muitos anos como Engenheiro civil. Seus méritos como soldado e educador foram reconhecidos. Recebeu a Ordem do Mérito Militar e a Medalha Marechal Trompowsky, além da Medalha Militar.  Colab. de Ana Beatriz Pires Albuquerque Ardissone.

 

Texto de propriedade de Milton Teixeira – SINDEGTUR/RJ – cedido como colaboração.
 

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO BRASIL - AVENIDA PORTUGAL   

 

Elegante e esguia igreja em estilo neocolonial, projetada em 1925 pelo arquiteto Frederico Faro Filho, sendo ultimada  dez anos depois. O arquiteto, não conhecendo em profundidade nosso estilo colonial, inspirou-se nas capelas das missões espanholas da Flórida, então muito divulgadas nos filmes de faroeste americanos. Possui concorrida missa, que quase sempre conta com a participação do popular cantor Roberto Carlos, que mora nas proximidades.

 

 

ANTIGO CASSINO DA URCA- AV. PORTUGAL- PRAIA DA URCA

 

Volumoso edifício eclético concebido em 1920-22 para funcionar como hotel balneário, dotado de acomodações para hóspedes, quadra de esportes, vestiários e equipamentos náuticos. Foi projetado pelos arquitetos Archimedes Memória e Francisco Cuchet para acomodar turistas que viriam à Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência do Brasil, em 1922. Após a exposição, vegetou por alguns anos até ser adquirido em 1935  pelo empresário dos jogos Joachim Rollas, que o converteu em cassino. As obras de adaptação foram realizadas pelo engenheiro Mario Chagas Doha, ficando a decoração interna a cargo do arquiteto Wladimir Alves de Sousa, que criou os belos salões em estilo art-déco, que ainda subsistem. Seu período áureo foi de 1938 a 1946, quando grandes nomes artísticos nacionais e internacionais e uma clientela selecionada contribuíram para que se tornasse uma das mais disputadas casas das Américas. Artistas de um porte de Josephine Baker, Maurice Chevalier, Mistin Guett, Carmem Miranda, Eros Volusia, Alvarenga e Ranchinho, Oscarito, Grande Otelo e Ankito, realizaram shows memoráveis em seus palcos. Em abril de 1946, com a proibição do jogo no Brasil, entrou em rápida decadência. Adquirido em 1950 pelo empresário das comunicações  Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, foi convertido em estúdio da Tevê-Tupi, a primeira emissora de televisão da América Latina, que manteve carreira de sucesso ate a morte de seu fundador, em fins dos anos sessenta. Depois de longa decadência, fechou as portas em 1980, servindo hoje como espaço de aluguel a escritórios particulares ou leilões de arte.

O prédio foi tombado pela Municipalidade.

 

ASSIS CHATEUABRIAND BANDEIRA DE MELO - DADOS BIOGRAFICOS Jornalista e empresário, nasceu em 1891 em Umbuzeiro, Pernambuco. Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife. Redator do Jornal do Recife e do Diário de Pernambuco. No Rio de Janeiro, para onde se mudou em 1917, colaborou no Correio da Manhã, foi redator-chefe do Jornal do Brasil e diretor de O Jornal. Organizou uma cadeia dos Diários Associados, incluindo jornais, estações de rádio e televisão (sendo que ele introduziu a televisão no Brasil. em 1950. pela extinta TV-Tupi), a revista O Cruzeiro, varias revistas infantis e uma editora. Fundou o Museu de Arte, em São Paulo, em 1947 (hoje Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), e promoveu a campanha nacional da aviação e da redenção da criança. Em 1955, elegeu-se senador pelo Maranhão, renunciando ao mandato para assumir a embaixada do Brasil em Londres. Foi um dos mais acres adversários da industrialização do país. Membro da Academia Brasileira de Letras (cadeira no. 37). Sua obra consta principalmente de artigos de jornal que não foram reunidos em livros. Entre as obras publicadas, devem-se mencionar: Em Defesa do Sr. Oliveira Lima (1910); Alemanha, Dias Idos e Vividos (1921); Terra Desumana (1926).

Morreu em São Paulo em 1968.

 

 

 

DIRETORIA DE PESQUISA  E ESTUDO DE PESSOAL DO EXÉRCITO E FORTALEZA DE SÃO JOÃO - AVENIDA JOÃO LUÍS ALVES, S/NO. - FORTALEZA DE SÃO JOÃO

 

Na manhã de 1°. de marco de 1565, o jovem Capitão português Estácio de Sá, desembarcou com 120 brancos e trinta índios na península do morro Cara-de-Cão, na base do Pão-de-Açúcar, para uma importante missão: fundar a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, com o objetivo claro de retomar a Baía de Guanabara,  desde 1555 em mãos francesas. O desembarque, procedido às pressas, não obedeceu a nenhum protocolo que o de realizar no menor prazo possível um cercado para proteção contra um ataque inimigo, possibilidade que se concretizou alguns dias depois. Neste cercado, em habitações que não se diferenciavam muito de seus adversários tamoios, aliados dos franceses, Estácio resistiu por dois anos, até a reconquista final da Baía, ocorrida após a batalha das Canoas, em 20 de janeiro de 1567, vitória que custou a vida de nosso primeiro governador, falecido em consequência de um ferimento recebido no rosto por uma flecha.

 

Mem de Sá, tio de Estácio e Governador Geral do Brasil desde 1557, transferiu a cidade do estreito morro Cara-de-Cão para o do Castelo, mais bem situado, em posição cavaleira no interior da Baía. Das construções deixadas pelos Portugueses na então "vila velha" pouco resto, logo encobertas pelo mato. Entretanto, já em 1601 os Portugueses

iniciariam  uma nova fortificação no morro Cara-de-Cão, importante demais para continuar esquecido. Michel de Lescolles, engenheiro francês. Teria sido seu primeiro fortificador, logo substituído pelo engenheiro lusitano Francisco de Frias da Mesquita, que em princípios do século XVII estava construindo fortes em toda a costa brasileira, e passou bom tempo no Rio de Janeiro em 1617. Eram esses fortes simples muros de terra, sem trabalhos em pedra. A ideia tinha o seu porquê. Uma muralha de terra absorvia as balas inimigas, enquanto que a muralha de pedra a faria ricochetear ou estilhaçar, virando cada pedaço um novo balim. O único problema e que quando chovia o forte se esfarelava. Em 1705, o Governador do Rio de Janeiro Francisco de Castro Morais, colocou uma corrente ligando o morro Cara-de-Cão à Fortaleza de Santa Cruz, em Jurujuba, artifício que logo mostrou sua inutilidade, pois não conseguiu impedir os ataques franceses ao Rio de Janeiro cinco anos depois.

Após os ataques franceses de Duclerce DuguayTrouin em 1710-11, foi a fortificação reforçada por João Masse, engenheiro francês, passando a ser citada nos documentos coevos como Fortaleza de São João. O Padre jesuíta e engenheiro Domingos Capassi fez-lhe um levantamento em 1730. As principais muralhas de pedra já existiam, mas ainda faltava muito por fazer. Em 1776, o Vice-Rei Marques de Lavradio encarregou o engenheiro militar Jean Jacques Funck de refazer as muralhas, tendo sido erguida na ocasião a atual defensa, com elegante porta da barroca e ponte levadiça. Desartilhada pela Regência Trina em 1831, assim permaneceu ate 1863, quando quase entramos em guerra contra o governo de Sua Majestade Britânica devido à prepotência de seu embaixador no Brasil, o intrigante William Dougal Christie. Reaparelhada às pressas pela Comissão de Melhoramentos do Exército,  ganhou então os novos fortes de São José e São Teodósio, executados em cantaria aparelhada e concluídos em 1872. Ironicamente, nesse meio tempo, fizemos as pazes com a Inglaterra em 1865, sendo a Fortaleza artilhada com canhões ingleses Armstrong Whitworth.

 

A Fortaleza de São João atuou contra a esquadra revoltada em 1893-94 e contra a revolta da Fortaleza de Santa Cruz, em 1905. Tendo ainda atuado contra o Encouraçado São Paulo na rebelião de Hercolino Cascardo em julho de 1924.

 Na era Vargas, passou a  sediar a Escola Superior de Guerra, bem como outros estabelecimentos de ensino militar e educação física, perdendo aos poucos seu caráter exclusivamente marcial. Atuou na vigilância do litoral durante a Segunda Guerra Mundial, tendo dado seu último disparo efetivo contra o Cruzador Tamandaré, em novembro de 1955, quando este fugiu barra afora com o Presidente Carlos Luz a bordo, deposto pelo golpe branco do Marechal Lott.

Durante muitos anos ficou muito conhecido seu curso de educação física, aberto ao público, nas férias escolares. Recentemente, foi aberta ao turismo e restaurada, sendo demolidos prédios modernos que "entalavam" as antigas muralhas coloniais. Hoje restaurada, serve a vetusta fortaleza de sede do importante Centro de Capacitação Física do Exército, sendo suas instalações mantidas com muito zelo pela classe militar, como as relíquias mais veneráveis da quadrissecular cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

 

 

 

DIRETORIA DE PESQUISA  E  ESTUDOS  DE PESSOAL E FORTALEZA DE SÃO JOÃO II- AVENIDA JOÃO LUIS ALVES, S/NO. - FORTALEZA DE SÃO JOÃO

 

Foi criada pelo Decreto 4.290, de 27 de junho de 2002, assinado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, por transformação do Centro de Capacitação Física do Exercito e Fortaleza de São João. A portaria no. 310, de 28 de julho de 2002, organizou a DPEP. Sua missão é:

coordenar as atividades de ensino, pesquisa e desporto das organizações militares subordinadas, assessorar o escalão superior, quanto à doutrina do TFM e quanto a estudos na área de pessoal funcionar como polo de referências em treinamento físico e militar, medicina esportiva e desportos, e em seleção, avaliação e capacitação profissional.

 

A DPEP esta subordinada ao Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército.

 

 

 

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO  EXÉRCITO - AVENIDA JOÃO LUÍS ALVES, S/NO. - FORTALEZA DE SÃO JOÃO

 

A EsEFEx é um estabelecimento de ensino superior e médio de especialização, da linha ensino militar bélico, diretamente subordinado à Diretoria de Pesquisa e Estudos de Pessoal e Fortaleza de São João.

Criada pelo Presidente Getúlio Vargas em 1933, tinha originalmente uma orientação eugênica, bem ao gosto da época, de aprimorar a "raça brasileira". Em 1940 passou a seguir uma linha mais pragmática, voltada para a excelência da vida militar na guerra. Sua colônia de férias, criada na década de 50, com vagas muito disputadas pelas famílias de militares e civis da zona sul do Rio de Janeiro.

 

 

ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA – AVENIDA JOÃO LUÍS ALVES, S/N.-FORTALEZA DE SÃO JOÃO

 

A Escola Superior de Guerra, criada pela Lei 785/49, é um instituto de altos estudos de política, estratégia e defesa, integrante da estrutura do Ministério da Defesa, e destina-se a desenvolver e consolidar os conhecimentos necessários ao exercício de funções de direção e assessoramento superior para o planejamento da defesa nacional, nela incluídos os aspectos fundamentais da segurança e do desenvolvimento.

A ESG foi criada a 20 de agosto de 1949  pelo Presidente Marechal Eurico Gaspar Dutra. Foi inspirada na National War College dos EUA, visitada em 1948 pelo General  Salvador Cesar Obino, então chefe do Estado Maior Geral, antigo EMFA e hoje Ministério da Defesa. O General Obino ficou profundamente impressionado com a escola americana, e iniciou uma campanha para criar uma instituição congênere no Brasil, no que foi bem sucedido.

Seu primeiro comandante foi o General Cordeiro de Farias, substituído em 1952 pelo General Juarez Távora, que antes havia sido aluno da dita escola. Desde 1949  está instalada na Praia de Dentro da Fortaleza de São João, local histórico da fundação da Cidade do Rio de Janeiro, e ministra cursos de excelência para as classes militar e civil.

 

 

 

IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO- AVENIDA PASTEUR

 

Durante os dois primeiros séculos de existência da cidade, todo o trecho marítimo que ia do Morro do Matias (hoje, do Pasmado), em Botafogo ao Morro da Urca era denominado de Praia de Martim Afonso ou Praia de Santa Cecília. No século XVIII deram-lhe a crisma de Praia da Saudade. O porque desse nome nunca se soube.

No século XVIII, o Cônego Dr. Antonio Rodrigues de Miranda, Vigário-Geral do Bispado do Rio de Janeiro e proprietário daquelas terras fez doação de toda a orla e chãos adjacentes à Santa Casa de Misericórdia. Um século depois, a Santa Casa aproveitou esses terrenos para ali erguer, de 1841 a  52, seu novo nosocômio para alienados, o qual recebeu o nome de Hospício de D. Pedro II.

Na ocasião, o Provedor José Clemente Pereira mandou cordear um caminho que ali existia, a Azinhaga do Pasmado, então rebatizada de Rua do Hospício de D. Pedro II, afinal mudado na República para Rua General Severiano. Aproveitou-se a oportunidade para igualmente cordear a rua fronteira ao hospício, a qual possuía o nome de Rua da Pedreira de Botafogo, e que recebeu então o nome de Praia da Saudade.

 

Em 1908, essa praia ganhou uma muralha de pedra e concreto, por conta da Exposição Nacional realizada na Praia Vermelha. A 27 de dezembro de 1922 ganharia o nome definitivo de Avenida Pasteur.

 

Em 1920, a família Guinle, chefiada pelo empresário Guilherme Guinle, bem como a família Rocha Miranda, dona da primeira concessão de uma linha de ônibus para a Praia Vermelha, assim como outros amantes do iatismo, resolveram fundar o Fluminense Yachting Club, cuja sede inicial foi no estádio do Clube Fluminense, em Laranjeiras, logo depois transferida para a Praia da Saudade. Nesta nova sede, frequentemente ampliada, havia casas de banho de mar antes de terem tornado mais acessíveis os de Copacabana. Apesar de ali ser um espaço destinado aos amantes de esportes náuticos, por muito tempo, inicialmente  também funcionou um estande de tiro dos sócios do Revólver Club (Afrânio Costa, Guilherme Paraense, etc.), onde faziam exercícios de tiro.

 

A Praia da Saudade foi definitivamente aterrada em 1934/5, para ali ser construída uma pista de pouso de aviões. Chegou a funcionar por muitos anos naquele lugar um aeroclube mas uma série de acidentes fez com que a pista de voo fosse fechada logo no início da Segunda Guerra Mundial. Um projeto de ampliação do Fluminense Yachting Club foi organizado por Oscar Niemeyer, mas as ampliações acabaram sendo feitas aos poucos sem um plano especifico, até hoje. O estabelecimento, depois rebatizado para late Clube do Brasil e, desde os anos 60 de late Clube do Rio de Janeiro, ganhou sua forma definitiva depois das obras de 1968. Nesse ano, em outubro, o clube abriu as portas para oferecer um jantar à Rainha Elizabeth II da Inglaterra que então nos visitava e vinha assinar o contrato de construção da Ponte Rio -Niterói entre diversas empresas canadenses e o Governo do Brasil.

 

 

ANTIGO HOSPÍCIO HOJE UNIVERSIDADE FEDERAL - AV. PASTEUR, 250

 

Desde 1830 a Santa Casa de Misericórdia lutava para erguer um hospício destinado a abrigar deficientes mentais, haja vista que o expediente até então era de acolhê-los no antigo Hospital da Santa Casa, na Rua Santa Luzia, construção do século XVIII e já completamente obsoleta. Já há alguns anos os loucos mais furiosos eram encarcerados na cadeia publica, processo desumano e incompatível com os progressos científicos da época e que já eram conhecidos no Brasil. A Santa Casa, instituição que datava dos primórdios da cidade, enfrentara um período de decadência no Primeiro Império, mas, na Regência, o espectro mudara, principalmente quando foi eleito o Provedor José Clemente Pereira. Prócer da Independência, intelectual, político e humanista, homem dotado de rara intelectualidade, era a pessoa certa no lugar e momento certos. Com muita perspicácia, obteve permissão Imperial para, com loterias, vendas de títulos e subscrições, obter as verbas necessárias ao erguimento do novo hospital. Em oficio de 15 de julho de 1841 ao ministro do Império, informou José Clemente que já angariara 2:500$ e estava autorizado pelo Imperador a empregar nas obras o produto da grande subscrição, aberta entre os negociantes da praça do Rio de Janeiro, para a "fundação de um estabelecimento de caridade". Em consequência do documento acima exarado, três dias depois, D. Pedro II, lavrou o Decreto de 18 de julho de 1841, dia de sua sagração como Imperador na Igreja do Carmo, criando o Hospício de D. Pedro II.

Sua pedra fundamental foi colocada pelo próprio D. Pedro II, em 3 de setembro de 1842. No dia 5 o Imperador visitou o local e ouviu de José Clemente a explicação dos planos. No dia 7 do mesmo mês a obra foi iniciada. A construção até agosto de 1843 foi dirigida pelo engenheiro José Domingos Monteiro, português arquiteto do Hospital Central da Misericórdia, o qual, usou como modelo de seu projeto, o velho Hospital de

Charenton, casa-mãe da psiquiatria francesa. O terreno era na então deserta praia da Saudade, em terra que no século XVIII eram conhecidas como “fazenda do Vigário Geral”.

Depois de agosto de 1843, interveio na construção o arquiteto major José Maria Jacinto Rebelo, como o anterior, igualmente arquiteto da Santa Casa, o qual acrescentou ao palácio a Capela de São Pedro de Alcântara, situada bem no centro da composição; a maravilhosa escada em vários lances, que nasce no hall e vai até a dita capela; e a claraboia elíptica que ilumina eficientemente este espaço. Um outro arquiteto, o Sargento-Mór Joaquim Cândido Guilhobel acrescentou o pórtico neoclássico em granito fluminense, o qual deu grande imponência à fachada.

Construído dentro das regras mais rigorosas do estilo neoclássico, então em voga, Monteiro decorou o térreo com colunas do estilo dórico, inspirado no Teatro de Marcelo, em Roma. O segundo pavimento é todo em estilo jônico, inspirado no utilizado no templo de Minerva Poliada. Essa decoração continua no interior, sendo que, nos corredores e enfermarias, utilizou-se em profusão painéis de azulejos portugueses para combater a umidade. Vários trabalhos de escultura em mármore de Carrara branco, inclusive as alegorias da entrada nobre, foram realizadas pelo escultor Pettrich. Ocupava o prédio uma área de 140.000 metros quadrados. O preço da construção subiu a 2.672:428$689, tudo obtido com doações conseguidas pelo Provedor.

A 30 de novembro de 1852 realizou-se a cerimônia de bênção do Hospício de D. Pedro II. A abertura solene foi celebrada no domingo, 5  de dezembro. No salão nobre, duas esculturas de Pettrich em tamanho natural, homenageavam o Imperador (aos 15 anos) e o Provedor José Clemente Pereira. Começou a receber doentes mentais em 8  de dezembro do mesmo ano. Alguns pequenos detalhes, como a decoração da capela, foram realizados posteriormente. Menos de dois anos depois da inauguração, faleceu de mal súbito, a 10 de março de 1854, o Provedor José Clemente Pereira.

Pertenceu à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia até 11 de Janeiro de 1890, quando então, por desentendimentos políticos com o Provedor Visconde de Cruzeiro, passou o hospital para o Ministério da Justiça e Negócios do Interior. Logo depois, quando se lhe anexou a Colônia de Alienados da Ilha do Governador, passou a receber o nome de Hospício Nacional de Alienados. Em 1911, houve uma separação dos sexos, fundando-se uma nova colônia para as mulheres em Engenho de Dentro. Em 1942, as instalações da Praia Vermelha foram transferidas, aos poucos, para os novos Hospitais-Colônia Juliano Moreira e Gustavo Riedel, em Jacarepaguá. Estes modernos nosocômios foram inaugurados em 14 de Janeiro de 1944, podendo receber a 24 de março do mesmo ano os primeiros doentes removidos da Praia Vermelha.

Desocupado o velho prédio, foi então permutado com a Universidade do Brasil, que dele tomou posse em 1947 (por felicidade, tanto o hospício quanto a universidade estavam subordinados ao mesmo ministério). Sendo reitor da instituição o erudito professor e acadêmico Pedro Calmon Muniz Bittencourt, soube, com rara perícia, obter do Ministério da Educação e Saúde as verbas necessárias à restauração e adaptação do belo palácio, com o fito de ali sediar a Reitoria e diversas faculdades da área biomédica. As obras foram realizadas com verbas conseguidas no curto período entre fevereiro e dezembro de 1949.

O fato de Pedro Calmon ter continuado como Reitor,sendo inclusive agraciado em 1948 com o título de "magnífico", e seu grande prestigio nomeio cultural tê-lo elevado a Ministro da Educação no Governo do General Dutra (1950/1), permitiu que as obras prosseguissem sem perda de continuidade. Desde 1950 o prédio já era ocupado com suas novas funções, mas a inauguração da nova sede universitária ocorreu oficialmente a 5 de dezembro de 1952, no centenário de inauguração do hospício; se bem que as obras  perduraram até maio de 1953. Depois disso, pode o magnífico reitor acrescentar a Universidade do Brasil os 11 mil metros quadrados de salas de aulas, laboratórios e centros de pesquisas ali instalados.

Trinta anos depois, a Reitoria foi transferida para a Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, sede da agora rebatizada Universidade Federal do Rio de Janeiro, ficando no velho prédio algumas faculdades da área biomédica e cursos diversos de extensão universitária.

O prédio é tombado pelo IPHAN.

 

 

PEDRO CALMON MUNIZ DE BITTENCOURT - DADOS BIOGRAFICOS Historiador, ensaísta e professor, Pedro Calmon nasceu em Amangosa, na Bahia, a 23 de dezembro de 1902. Filho de Pedro Calmon Freire de Bittencourt e de Dona Maria Romana Muniz de Aragão, estudou, de 1914 a 19, no Ginásio da Bahia. Em 1920, ingressou na Faculdade de Direito de Salvador, onde passou dois anos, transferindo-se, depois, para a Universidade do Rio de Janeiro, onde colou grau em 1924. Foi, no ano seguinte, nomeado conservador do Museu Histórico Nacional. Deputado Estadual pela Bahia, de 1927 a 30 e Deputado Federal de 35 a 37. Em 1929 foi premiado pela Academia Brasileira de Letras o seu romance histórico Tesouro de Belchior. Eleito no dia 16 de abril de 1936 para a cadeira no. 16  da Academia Brasileira de Letras, e ali recebido a 10 de outubro do mesmo ano. Sócio, grande benemérito e Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Professor catedrático e honorário de várias faculdades, foi diretor da Universidade do Brasil de 1938 a 48 e, a partir desta ultima data, Magnífico Reitor. Delegado do Brasil a Conferência Interamericana do México em 1945 e presidente da Conferencia Interamericana para o Acordo Ortográfico em Lisboa. Delegado ao 1°. Colóquio Luso-Brasileiro, em Washington. No mesmo ano, foi Ministro da Educação e Saúde de 1950 a 51, no Governo Dutra. Possui grande número de condecorações.

Obras: Pedras d'Armas, (1923); Direito de Propriedade, (1926); O Tesouro de Belchior, (1928); Histona da Independência do Brasil, (1928); Anchieta - O Santo do Brasil. (1929); Historia das Bandeiras Bahianas, (1929); A Reforma Constitucional da Bahia. (1929); O Rei Cavaleiro - Vida de D. Pedro 1,(1930); Marques de Abrantes, (1933); Os Males, (1933); A Federação e o Brasil, (1933); General Gomes Carneiro-0 General da República, (1933); O Crime do Padre Vieira, (1933); Historia da Civilização Brasileira, (1933); Historia da Bahia, (1934); Espírito da Sociedade Colonial. (1935): Intervenção Federal, (1936); Vida e Amores de Castro Alves, (1937): O Rei do Brasil – Vida de D. João VI, (1937); Historia Social do Brasil. 1°. volume, (1937); Historia Social do Brasil. 2°. volume (1937); Curso de Direito Constitucional Brasileiro, (1937); Curso de Direito Publico, (1938); Gregório de Matos, (1938); Por Brasil e Portugal, (1938); Brasil e America, (1938); Pequena Historia da Civilização Brasileira, (1939); Historia Social do Brasil. 3°. volume, (1939); O Rei Filósofo -Vida de D. Pedro 11,(1938); Figuras de Azulejo, (1939); Historia da Casa da Torre, (1940); Historia do Brasil - 1500 a 1600,1°. volume, (1940); Historia do Brasil-1600 a 1700,2°. volume, (1941); Historia do Brasil-1700 a 1800, 3°. volume, (1943); Historia do Brasil - 1800 a 1900, 4°. volume, (1947); Princesa Isabel, a Redentora, (1942); Pequena Historia Diplomática do Brasil, (1942); Historia do Brasil na Poesia do Povo, (1943); O Estado e o Direito nos Lusíadas, (1945); Historia de Castro Alves, (1947); A Bala de Ouro, (1947); Curso de Direito Constitucional, (1947); Historia da Literatura Bahiana. (1949); Historia da Fundação da Bahia, (1949); O Segredo das Minas de Prata, (1950): Historia das Ideias Políticas, (1952); O Palácio da Praia Vermelha, (1952); Teoria Geral do Estado, (1954); Brasil (1956); Historia do Brasil, 7 volumes. (1959).

Pedro Calmon faleceu em 1988.

 

 

 

FUNDAÇÃO JOSÉ BONIFÁCIO - AVENIDA PASTEUR, 280

 

Grande sobrado em estilo neoclássico vernacular, com telhas de faiança portuguesa pintada a mão. Foi erguido no terceiro quartel do século XIX, sendo reformado em 1900. Fica ao lado do que foi o antigo Hospício de D. Pedro II. Quando da instalação da Universidade do Brasil, na década de 50, ali funcionou sua gráfica. O casarão foi tombado pelo IPHAN em 1990.

 

 

INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT - AVENIDA PASTEUR

 

A um jovem cego brasileiro se deve a ideia da fundação de um estabelecimento onde fosse convenientemente educada a juventude deficiente visual em nosso país.

José Alves de Azevedo, natural da cidade do Rio de Janeiro, cego educado na Institution Imperiale des Jeunes Aveugles, de Paris, foi quem teve essa ideia, que se originou do fato seguinte: em 1853, achando-se ele no Rio de Janeiro, de volta de Paris, soube que o Dr. José Francisco Xavier Sigaud, médico do Paço Imperial, tinha uma filha cega, e prontamente ofereceu-se para ministrar-lhe a necessária instrução pelos processos especiais por que fora educado em Paris.

O oferecimento foi aceito, e o êxito brilhante.

Da. Adélia Sigaud, sua discípula, veio a ser, mais tarde, professora do Instituto criado para a educação dos deficientes visuais no Brasil.

Era então ministro do Império o Dr. Luiz Pedreira do Couto Ferraz, depois Visconde do Bom Retiro, que, tendo tido algumas conferências com o jovem cego José Alves de Azevedo, e obtida a aquiescência do Imperador D. Pedro II, criou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos.

O respectivo decreto tem a data de 12 de setembro de 1854, e a inauguração do estabelecimento efetuou-se a 17 desse mesmo mês e ano. Foi a primeira instituição do gênero a ser criada na América Latina.

O primeiro diretor nomeado foi o Dr. Sigaud, que procedeu a essa inauguração, e a instalação do Instituto na chácara no pé do Morro da Saúde, que fora residência do Barão do Rio Bonito, próximo à praia chamada do Lazareto e hoje Gamboa.

Não teve José Alves de Azevedo a dita de assistir a esse acontecimento auspicioso. A 17 de março de 1854 exalava ele o último suspiro, contando apenas 19 anos de idade. Seu retrato, bem como o do Dr. Sigaud, o do Visconde do Bom Retiro e outros beneméritos, ornam os salões do prédio do Instituto.

Adelia Sigaud e Joaquim José Lodi foram os primeiros professores desta instituição, sendo que o último, professor de música, desconhecendo o sistema Braille, ensinava mediante a apresentação de figuras comuns, de grandes dimensões.

Em junho de 1864 passou o Instituto a funcionar no prédio da Praça da Aclamação, antigo Campo de Santana e hoje Praça da República, no. 17.

Já então era dirigido pelo conselheiro Dr. Claudio Luiz da Costa, que sucedera ao Dr. Sigaud, em 1856.

A28 de maio de 1869 foi nomeado o coronel (depois general) Dr. Benjamin Constant Botelho de Magalhães para substituir o Dr. Claudio. O Dr. Benjamin Constant, casado com uma filha do Dr. Claudio, dedicou ao Instituto uma verdadeira afeição, de que deu a melhor prova quando ministro do Governo Provisório (1890), enviando à Europa uma comissão de professores cegos para completarem seus estudos e procederem à compra de máquinas e material necessário para instalação de diversas oficinas.

Em 1872 recebeu o Instituto a importante doação, que lhe fez o então Imperador D. Pedro II, e que consistiu no vasto terreno onde hoje se ostenta o seu edifício, ocupando uma área de cerca de 9.516 metros quadrados.

Em 29 de junho desse mesmo ano fez-se o lançamento  solene da primeira pedra, e começou-se a construção do edifício sob a direção do hábil arquiteto brasileiro Francisco Joaquim Bethencourt da Silva.

Muito lentamente correu essa construção, de modo que em 20 de setembro de 1896 só ficou pronta a metade esquerda do edifício planejado; a outra metade ficou por décadas reduzidas apenas as paredes mestras do pavimento térreo. Nessa ala pronta se instalaram os refeitórios, dormitório das alunas e alojamentos para 200 alunos.

O Instituto dos Meninos Cegos passou a denominar-se Instituto Benjamin Constant por determinação da Lei no. 26, datada de 24 de Janeiro de 1891, dois dias após a morte de seu mais famoso professor e diretor.

A construção da outra ala do Instituto se arrastou por décadas. Reiniciadas as obras em 1924 quando era seu diretor o Dr. Mello Mattos e já possuindo 130 alunos matriculados, foram somente concluídas na década seguinte, depois de 1938. Na execução, foram suprimidas a rotunda e cúpula que no projeto original deveriam encimar o pórtico principal, este mesmo mutilado com a eliminação do frontão reto e de outros ornamentos.

Em compensação, depois de pronto, a capacidade do Instituto subiu para 450 internados de ambos os sexos. Foram então convenientemente instalados os cursos de: Jardim de Infância, Primário, Ginasial (equiparado em 1946 ao Colégio Pedro II) e Profissional. Nesses cursos são ministrados: massoterapia, radiotelegrafia, afinação de

piano, encadernação, trabalhos de madeira, empalhação, vimaria, datilografia, cursos musicais. economia doméstica, trabalhos manuais, costura, etc. Nas novas dependências foram instalados: a Imprensa Braille e a Biblioteca, esta com mais de 10 mil volumes, em seis idiomas, sendo uma das mais completas da América do Sul, destinada aos cegos. Em época posterior também ali se instalou o Banco de Olhos.

No seu primeiro século de existência, abrigou 7.664 alunos, número este que ultrapassou os 10 mil quando a instituição completou 110 anos.

O Instituto Benjamin Constant é uma instituição federal subordinada ao Ministério da Educação.

O prédio do Instituto Benjamin Constant é tombado pelo Município.

 

 

 

CENTRO DE PESQUISAS DE RECURSOS MINERAIS - AV. PASTEUR, 404

 

 Magnífico palácio em estilo neoclássico tardio, com pórtico monumental peristilado em gnaiss facoidal e escadaria curvilínea, projetado em 1880 pelo engenheiro Antônio de Paula Freitas, com pedra fundamental lançada a 12 de fevereiro de 1881 pelo próprio Imperador D. Pedro II. Estava destinado a sediar a Faculdade de Medicina, mas as obras pararam em 1884. Retomadas em 1889, foi o prédio destinado então à Escola Superior de Guerra, que nele funcionou por algum tempo, mesmo incompleto. Em 1907-08  foi terminado às pressas pelo engenheiro José Mattoso de Sampaio Correa, diretor da Inspetoria Geral de Obras Públicas, para sediar a Exposição Nacional comemorativa do centenário da Abertura dos Portos no Brasil. As escadarias de acesso foram então redesenhadas pelo arquiteto, pintor e músico Dr. Francisco Isidoro Monteiro, pois no projeto original a escadaria projetada invadiria o espaço da avenida Pasteur. A decoração interna ficou a cargo dos artistas Frederick Anton Staeckel e Rodolfo Amoedo, que fez belíssimos painéis artísticos nos salões principais. Posteriormente, o hall da escadaria central foi decorado com três painéis de Antonio Parreiras simbolizando, respectivamente, a Indústria, Agricultura e o Comércio. Após a Exposição, foi o prédio destinado ao Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, criado em 10 de janeiro de 1907, que nele se instalou em 7 de novembro de 1909. Depois, outras repartições federais nele se instalaram, até que passou a sediar em 1912 o Ministério da Agricultura, que nele permaneceu por dez anos. De 1922 a 1950, sediou inúmeras repartições deste Ministério, inclusive o Departamento Nacional da Produção Mineral, órgão que nele permaneceu após o prédio ser destinado em 22 de julho de 1960 a sediar o recém criado Ministério das Minas e Energia. Em 1973, lavrou-se furioso incêndio no edifício, fazendo desaparecer toda a sua biblioteca, que funcionava no lado direito do prédio.

Em 1992, foi o palácio finalmente tombado pela Municipalidade.

 

 

 

 

ESCOLA MUNICIPAL MINAS GERAIS - AVENIDA PASTEUR, 433

 

 

A Escola Municipal Minas Gerais e tudo o que resta do Pavilhão do Estado de Minas Gerais, construído em 1907/8 para a grande Exposição Nacional de 1908 na Praia Vermelha. O Pavilhão, bem como outros prédios na dita Exposição, era projeto do engenheiro e construtor Raphael Rebecchi, e construção do arquiteto René Barba. Após o certame, o dito Pavilhão, que era em estrutura pouco resistente, pois foi previsto para apenas permanecer enquanto durasse o evento, foi parcialmente demolido, sendo o pavimento térreo, que era mais bem construído, convertido em 1922 numa escola para crianças excepcionais. Em 1933 passou a ter o uso atual. Em seu interior, há um painel da década de 50, com 91 azulejos, representando a Pomba da Paz, de autoria de Pablo Picasso (1881-1973).

A Escola Minas Gerais é tombada pela Municipalidade desde 1990.

 

 

 

ESCOLA DE GUERRA NAVAL - AVENIDA PASTEUR, 480

 

Pelo Decreto no. 8.650, de 4 de abril de 1911, o Presidente da República, Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, criou o Curso Superior de Marinha, o qual funcionava na Rua Dom Manuel, 15, na Praça XV de novembro, num belo palacete eclético, onde hoje esta o Museu Naval e Oceanográfico. A Marinha do Brasil então passava por profunda modernização e necessitava de uma formação melhor para os oficiais da Armada. Sentindo a necessidade de ampliar as funções desse curso, o próprio Marechal Hermes o ampliou, criando a 11 de junho de 1914 a Escola Naval de Guerra, funcionando ainda no mesmo prédio da Rua Dom Manuel. A 27 de dezembro de 1930, o Presidente Getúlio Vargas manda reorganizar o estabelecimento, que passa a se chamar pelo nome atual de Escola de Guerra Naval.

Crescendo com os anos suas atribuições e cursos, tornou-se impossível a permanência nas instalações acanhadas da Praça XV, passando em 1933 para o edifício 17 A do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, na ilha das Cobras. Com a construção do novo edifício Almirante Tamandaré, para ali sediar o Ministério da Marinha, na Praça Barão de Ladário, a EGN foi para lá, transferida a 11 de junho de 1935. Ali permaneceu por 35 anos. O edifício hoje sedia o 1°. Distrito Naval.

A 30 de abril de 1970 a EGN passou para a sede atual, um moderno conjunto de prédios erguidos de 1967 a 70 na Avenida Pasteur, sendo inaugurada naquela data pelo Presidente General Emilio Garrastazu Médici e o Ministro da Marinha. O atual regulamento da EGN data de 1998, e substituiu o anterior, de 1974.

A EGN é uma escola de altos estudos militares e possui o objetivo de capacitar oficiais para o desempenho de comissões operativas e de caráter administrativo; prepará-los para funções de estado maior e aperfeiçoá-los para o exercício de cargos de comando, direção e funções nos altos escalões da Marinha.

 

 

 

PRAIA VERMELHA

 

Sua denominação é explicada pelo fato de sua areia, em certa profundidade, atualmente ser de coloração avermelhada.

Em 1698 foi projetada a Fortaleza da Praia Vermelha pelo engenheiro Gregório de Castro Morais, construída no século XVIII. Em 1857 a Escola Militar passou a ser sediada no prédio da fortaleza. Este prédio foi extensamente reformado em 1908 e outros foram erguidos a sua volta, quando da Exposição nacional em homenagem ao Centenário da Abertura dos Portos no Brasil. Após a Exposição, muitos pavilhões foram demolidos e o antigo quartel da fortaleza foi convertido em sede do Terceiro Regimento de Infantaria, unidade de elite do exército.

Conhecida por ser onde ocorreu a Intentona Comunista, em 1935.

Em 1930 assumiu a Presidência da República o Sr. Getúlio Vargas. As condições de vida da população durante o início de seu governo, entre outros fatores, fizeram com que a ala reformista e esquerdista dos tenentes, camadas liberais, socialistas, comunistas e líderes sindicais criassem um grupo denominado Aliança Nacional Libertadora (ANL).

Seu presidente era o capitão Hercolino Cascardo, líder do movimento tenentista de São Paulo, em 1924.

Seu presidente de honra era Luís Carlos Prestes, que fora líder da Coluna que percorreu parte de Brasil de abril de 1925 a fevereiro de 1927, incitando as populações locais a levantar-se contra as oligarquias.

A Aliança Nacional Libertadora defendia a suspensão do pagamento da dívida externa, nacionalização de empresas estrangeiras, realização de reforma agrária, formação de um governo popular, entre outras reivindicações. Parte da população apoiava a ANL. Mas sendo uma clara ameaça ao governo e, ao mesmo tempo representando um movimento que atingiu as forcas armadas, a ANL foi fechada pelo governo Vargas em 11 de junho de 1935, sendo os comunistas postos na clandestinidade.

Diante do seu fechamento, a esquerda presente na ANL preparou uma insurreição, sob o comando de Luis Carlos Prestes. Participaram do movimento Natal (RN), Recife, Olinda (PE). Em 27 de novembro de 1935 o movimento eclodiu no Rio de Janeiro. Funcionava no prédio da antiga Fortaleza da Praia Vermelha o 3° Regimento de Infantaria, cujos soldados apoiaram o movimento, que especificamente naquele quartel foram comandados pelo capitão Agildo Barata Ribeiro, que agiu de improviso.

Aquele prédio foi bombardeado pelas tropas governistas, e a revolta foi sufocada em poucas horas. O prédio antigo foi colocado abaixo e a fortaleza em parte demolida, sobrevivendo-lhe apenas os bastiões laterais, que abrigam hoje o Círculo Militar e a Escola Gabriela Mistral, e, em lugar do antigo quartel, foi traçada em 1938 a Praça General Tibúrcio, tendo ao centro o monumento em granito e bronze em homenagem aos heróis de Laguna e Dourados, obra do escultor Antonino Pinto de Mattos. Na mesma ocasião foram construídos ao redor os prédios da Escola Técnica do Exército e do Instituto Militar de Engenharia, bem como o edifício da residência dos oficiais.

Anos depois, em 1964, foi colocado próximo da praia o monumento homenageando ao compositor romântico polonês Frédéric Chopin, do escultor Zamoiski, doado pela colônia polonesa no Brasil em 1939.

 

 

 

MONUMENTO AOS HERÓIS DE LAGUNA E DOURADOS- PRAÇA GENERAL TIBÚRCIO

 

No início da Guerra do Paraguai ocorreram dois episódios dramáticos para nosso exército. Em 28 de dezembro de 1864, um destacamento de 16 homens, chefiados pelo Tenente Antônio João, resistiu heroicamente a 300 paraguaios que os atacaram na colônia militar de Dourados, Mato Grosso. Tendo recusado a rendição, morreram lutando até o último homem. Meses depois, a 7 de maio de 1865, a coluna do General Camisão, formada por 1680 homens, atacou fortemente o exército paraguaio em Laguna, Paraguai. Apesar dos sucessos iniciais, a falta de provisões fez a tropa brasileira recuar, sendo vítima de doenças, fome e ataques de guerrilhas paraguaias. Poucos sobreviveram.

Para lembrar esses dois episódios, em 1918 o Exército do Brasil, na figura do General (então coronel) Pedro Cordolino de Azevedo, mandou realizar um concurso público com nossos melhores escultores com o objetivo de elaborar um projeto dum monumento a ser construído na Praia Vermelha.

Realizado o concurso em 1920, venceu a proposta do escultor brasileiro Antonino Pinto de Matos. A contenção de despesas adiou o sonho por quase vinte anos. Em novembro de 1935, após a destruição do quartel do 3°. Regimento de Infantaria pela Intentona Comunista na Praia Vermelha, aproveitou-se o espaço resultante para ali erguer o monumento, o qual funcionaria igualmente como mausoléu dos principais líderes brasileiros dos dois combates.

Situado no centro da Praça General Tibúrcio, o monumento é constituído de um mausoléu, cuja base forma uma circunferência de 53m, em granito branco. No subsolo, de uma base com esculturas em bronze no tamanho real dos heróis brasileiros, painéis do mesmo metal das batalhas travadas. e uma coluna em granito branco, com seis metros de altura, tendo no topo a figura em bronze da Glória. No mausoléu, nove degraus abaixo do nível do solo, estão sepultadas as cinzas, dentre outros, do Tenente Antônio João, Major Drago, General Carlos de Morais Camisão, Guia Lopes, e outros heróis. Todas as peças de bronze foram fundidas no Brasil pela Fundição Cavina & Cia.

Inaugurado solenemente a 31 de dezembro de 1938, não pôde estar presente o escultor Pinto de Matos, falecido algumas semanas antes.

 

GENERAL TIBÚRCIO - DADOS BIOGRAFICOS

Antonio Tibúrcio Ferreira de Souza, nasceu no Ceara, a 11 de agosto de 1837. Foi um grande general brasileiro. Sentou praça no exercito em 1852, no Ceara. Condecorado com a Ordem do Cruzeiro, medalha de prata, quando da tomada de Corrientes, na Argentina. Distinguiu-se na Guerra do Paraguai, no comando do celebre 16°.Batalhão. Foi construtor da Estrada do Chaco, Paraguai, em apenas 23 dias, o que permitiu aos soldados brasileiros contornarem o Exercito Paraguaio. Pelo seu notável feito foi promovido a Coronel. Era erudito conhecedor de história. Pertenceu à arma da Engenharia.

Morreu no Ceará, a 28 de março de 1885.

 

 

 

MONUMENTO A FREDERIC CHOPIN - PRAIA VERMELHA

 

No dia 1°. De setembro de 1939 as tropas nazistas atacavam a pacífica Polônia. O ataque foi tão devastador que três semanas depois os soldados alemães colocavam seu tacão em Varsóvia. Dentre as muitas barbaridades praticadas pelos invasores, uma das primeiras foi a de destruir o monumento ao compositor romântico polonês Frédéric Chopin existente naquela cidade.

Quando a notícia chegou ao Brasil, a comunidade polonesa aqui residente resolveu reagir, organizando uma subscrição para angariar fundos com o objetivo de erguer um monumento a Chopin no Rio de Janeiro. Obtida a verba necessária, encomendaram a estatua ao escultor Augusto Zamoyski. Com 2,5 metros de altura e todo em bronze, o monumento ficou pronto ainda em 1939. Entretanto, a politica dúbia do governo brasileiro, oficialmente neutro, mas relativamente simpático aos alemães, adiou sua instalação por alguns anos.

Com o torpedeamento de navios brasileiros e a posterior declaração de guerra do Brasil aos países do Eixo, desengavetou-se a ideia da estátua. Em 1°. de setembro de 1944, no quinto ano da invasão da Polônia, foi inaugurado o monumento a Chopin na Praça Floriano, defronte ao Teatro Municipal. Lá ficou em paz por exatos quinze anos.

Em fins de 1959, o barítono Paulo Fortes iniciou uma campanha para erguer na Praça Floriano um monumento ao maestro e compositor Carlos Gomes. Conseguida rapidamente a estatua em bronze do maestro brasileiro, começou então uma campanha para dali remover a homenagem a Chopin, por considerarem incompatíveis os dois monumentos. Um outro grupo de intelectuais não via problemas na homenagem aos dois compositores na mesma praça, mas Paulo Fortes não pensava assim e, usando de sua influencia, conseguiu a remoção. Em 15 de Janeiro de 1960, o monumento a Chopin foi retirado à noite por funcionários da Prefeitura, sendo levado para um depósito. No dia 16, pela manhã, estava em seu lugar o maestro brasileiro.

Depois de algum tempo esquecido num depósito, o monumento foi colocado na Praia Vermelha em 1964. Chopin foi retratado em posição de quem medita e escuta. No final das contas, a romântica Praia Vermelha acabou se tornando a moldura perfeita para o mestre do romantismo. A estátua tem 2,5m e está sobre um pedestal de granito com um metro de altura.

 

 

 

 

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - PRAÇA GENERAL TIBÚRCIO, 80

 

O Rei de Portugal D. Pedro II mandou criar no Rio de Janeiro, por Decreto de 15 de janeiro de 1699, um Curso de Formação de Soldados Técnicos. Funcionava na Fortaleza da Praia Vermelha, e teve como seu primeiro professor o engenheiro militar Gregório Gomes Henriques. Em meados do século XVIII, era lente deste curso o engenheiro militar e brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim, que o dirigiu de 1738 até sua morte, em 1763. Na ocasião, Alpoim aproveitou a efervescência cultural à época do governo do Conde de Bobadela e mandou editar no Rio de Janeiro os dois primeiros livros didáticos impressos no Brasil: Exame de Bombeiros e Exame de Artilheiros.

Havendo necessidade de ampliar os estudos militares no Brasil, a Rainha D. Maria I criou em 1792 a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, instalada no edifício da Casa do Trem, onde hoje funciona o Museu Histórico Nacional.

Finalmente, a 23 de abril de 1811, o Príncipe D. João criou por decreto a Real Academia Militar, instalada inicialmente na Casa do Trem, mas removida no ano seguinte para o edifício da Sé inacabada, no Largo de São Francisco, onde ficou até 1856. Neste último ano passou novamente para a Fortaleza da Praia Vermelha, permanecendo ali até 1908.

Depois de perambular por vários prédios da cidade, foi decidido pelo exército, em 1939, a construção de um grande edifício próprio para sediar a então denominada Escola Técnica do Exército. Com a remodelação da Praia Vermelha e a demolição do quartel do antigo 3o. Regimento de Infantaria, obteve-se o espaço necessário para ali surgira Praça General Tibúrcio, sendo destinado o lado costeiro ao Morro da Babilônia para o novo prédio. Executaram o projeto, em estilo art-déco, os arquitetos Paulo Pires e Paulo Santos. Inaugurado em 1942 pelo Presidente Getúlio Vargas, foi então transferida a escola da antiga sede, na Rua Moncorvo Filho.

Em 1959 Surge o IME - Instituto Militar de Engenharia, fruto da fusão da Escola Técnica do Exército e o Instituto Militar de Tecnologia. Desde 1958 a escola ministrava o Curso de Pós-Graduação em Engenharia Nuclear, o 1o. da América Latina. A partir de 1997 a escola passou a aceitar mulheres, assim quebrando um velho tabu, o que deve ter animado um pouco mais as salas de aulas. Presentemente, são ministrados nove cursos de graduação em engenharia paramilitares e sete cursos de pós-graduação ao nível de mestrado e doutorado para civis e militares.

O oficial de engenharia pode ascender no Exército até ao posto de General-de-Divisão.

 

 

 

 

ESCOLA DE COMANDO E ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO - PRAÇA GENERAL TIBÚRCIO, 125

 

 

Em 1808. o Príncipe D. João mandou instalar seu estado maior no Quartel General da Corte, no Campo de Santana. Concluído o edifício dois anos depois, o órgão passou a orientar as forças de terra do Brasil. O prédio manteve suas funções por todo o século XIX, e nele se deu a Proclamação da República, a 15 de novembro de 1889. Por Decreto de 2 de outubro de 1905, o Presidente Rodrigues Alves criou a Escola de Estado Maior, com a missão de preparar oficiais superiores para o exercício de estado maior, comando, chefia e assessoramento junto aos mais elevados escalões das forças terrestres. O Marechal Hermes da Fonseca, procurou dar uma orientação mais germânica ao órgão depois que assumiu a Presidência da República, em 1911/14, mas a derrota do exército alemão na 1a. Grande Guerra levou o Governo a contratar na França uma Missão Militar de Aperfeiçoamento, cujas atividades se prolongaram de 1918 a 1940. Neste último ano, a escola passou a ter uma orientação mais parecida com o modelo norte-americano.

Com a demolição do antigo quartel do Campo de Santana em 1937 para ali ser erguido o Palácio Duque de Caxias, atual sede do Comando Militar do Leste, o Exército resolveu levantar edifício próprio para a Escola de Estado Maior, instalando-a na Praia Vermelha, na nova Praça General Tibúrcio, num grande prédio projetado pelos arquitetos Paulo Pires e Paulo Santos. Em 1955, a instituição foi reorganizada pelo Presidente Café Filho para ser a Escola de Comando e Estado Maior do Exército - ECEME. Foi seu primeiro comandante nesta nova fase o General (depois Marechal) Humberto de Alencar Castelo Branco, o qual a modernizou bastante, transformando-a numa instituição de excelência do Exército. Presentemente, ali são ministrados oito cursos aos oficiais das forças terrestres.

 

 

 

EDIFÍCIO PRAIA VERMELHA- PRAÇA GENERAL TIBURCIO, 83

 

 

Grande edifício residencial com lojas no térreo, sobreloja e treze andares residenciais, destinados a famílias de militares. Projetado em 1943 pelos arquitetos Paulo Pires e Paulo Santos, e construído em 1946 pela empresa Cavalcanti & Junqueira. É em pesado estilo art-déco.

 

 

 

OS TESOUROS DA GUANABARA

 

 

Em 1990  o arqueólogo Manuel Guerra comprou de um livreiro carioca um antigo mapa, manuscrito inédito e anônimo da entrada da Baía de Guanabara, redigido em francês arcaico, e datado de aproximadamente 1560, quando Villegaignon ocupava-a e tencionava aqui implantar a "Franca Antártica". Mostra, em linhas gerais, o Pão de Açúcar, então chamado de "Pot-de-Sucre”, os morros da Urca e "Cara-de-Cão" (ambos sem nome), sendo que o último aparece separado do continente, formando com os outros dois uma ilha, no mapa batizada de "Yle Trinité" (Ilha Trindade, pois era formada pelo "Cara-de-Cão", "Pão-de-Açúcar" e Urca), não existindo o que hoje chamamos de Praia Vermelha, pois esta só se formou no século XVII. A Baía de Botafogo aparece citada como "Lac D'Eau Douce"(Lago de Água Doce), onde hoje está a Avenida Pasteur aparece a legenda "Praya", estando o Morro da Viúva com as enigmáticas iniciais "P.M.".

O mais curioso é que o mapa demarca as posições de nada menos que três tesouros enterrados na Baia de Guanabara!

O primeiro deles, grafado como "Trésor" (tesouro), na base do Pão-de-Açúcar, onde hoje situa-se o Centro de Capacitação Física do Exército, dentro da Fortaleza de São João.

O segundo, indicado como "Or" (ouro) no meio do Morro da Urca, mais ou menos onde hoje é a residência do musicólogo Ricardo Cravo Albim, na Avenida São Sebastião.

O terceiro e último aparece desenhado no meio da Baia de Botafogo.

O mapa nunca foi publicado e, ao que se sabe, ninguém se aventurou a cavoucar tais tesouros. Caso algum colega resolva se aventurar a encontrá-los, irá esbarrar em muitas dificuldades, pois dois deles estão em território da união, guardados pelo Exército e Marinha, ficando o terceiro em área particular, mas protegida pelo IBAMA.

 

 

 

 

DADOS POUCO CONHECIDOS SOBRE O PÃO DE AÇÚCAR

 

 

Os antigos moradores do Rio de Janeiro julgavam impossível o acesso ao pico do Pão de Açúcar. Foi, pois, um grande acontecimento a escalada feita em 1817 por uma senhora inglesa, Lady America Vespucia, que no alto do penhasco colocou um poste com a bandeira da Grã Bretanha.

Depois dessa ousada expedição, a 31 de outubro de 1851 o norte-americano Burdell e dez companheiros, inclusive duas senhoras e um menino (Luiz Burdell), todos estrangeiros, escalaram a famosa escarpa, regressando após trinta horas de permanência naquelas alturas.

Com a criação da Escola de Aplicação Militar e seu aquartelamento na Praia Vermelha, tornaram-se frequentes as excursões ao Pão de Açúcar, sendo das mais notáveis as que empreenderam os alunos da Escola Militar, em princípios de 1889, na chegada de D. Pedro II de sua viagem a Europa, colocando ali uma bandeira com a legenda "Salve", tendo cada letra sete metros. No mesmo ano, em 13 de outubro, por ocasião da visita ao Rio de Janeiro do navio chileno Almirante Cochrane, repetiu-se a difícil escalada.

Anos antes, em 1883, o engenheiro americano Morris N. Kohn, propôs o plano de um elevador mecânico ou ponte (inclined suspension bridge), para transportar passageiros até o alto do Pão de Açúcar.

A portaria do Ministro da Agricultura, Conselheiro Henrique d'Avila, de 31 de Janeiro de 1883, dirigida à ilustríssima Câmara Municipal da Corte, submeteu o projeto à consideração do corpo da Câmara, merecendo parecer favorável dos vereadores Pinto Guedes, Emílio da Fonseca e Oliveira Brito, a 21 de março do mesmo ano. A concessão caducou sem nada ter sido feito.

Em princípio de 1889, o Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Rodrigo Augusto da Silva, submeteu à mesma ilustríssima Câmara Municipal o projeto de um grupo de empresários ingleses propondo a concessão para desmontar o Pão de Açúcar e utilizara pedra resultante em aterro a ser feito no bairro da Glória ate o Centro. O parecer não chegou a ser emitido pelos vereadores haja vista a Proclamação da

República, a 15 de novembro seguinte.

Em 1890, o Ministro da Argentina no Brasil, Dr. Henrique Moreno, sugeriu a ereção de uma estátua em homenagem a Cristóvão Colombo no cimo do Pão de Açúcar, sendo defendida essa ideia no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro pelo escritor João Severiano da Fonseca, irmão de Manuel Deodoro da Fonseca, Presidente do Brasil. De acordo com o decreto no. 1.260, de 29 de maio de 1909, foi o Prefeito autorizado pelo Conselho Municipal a conceder, ao engenheiro civil Augusto Ferreira Ramos e outros, o direito exclusivo, pelo prazo de trinta anos, para construção e exploração de um caminho aéreo entre a antiga Escola Militar e o alto do morro da Urca, com ramais para o pico do Pão de Açúcar e para a chapada do morro da Babilônia.

A 30 de julho de 1909, assinou-se, na Prefeitura, sob a administração Serzedelo Correa, o respectivo contrato com o engenheiro Augusto Ferreira Ramos e Manoel Antônio Galvão, industrial, ambos domiciliados nesta cidade, e segundo o plano idealizado pelo engenheiro Fredolino Cardozo.

A cada ano, o Pão de Açúcar perde 60 toneladas de rocha em média devido à erosão provocada pelas chuvas e vento.

 

 

 

O ELEVADOR DO PÃO DE AÇÚCAR

 

Na sessão de 21 de março de 1883, foi tratado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o "requerimento mandado por Sua Majestade o Imperador, por intermédio do Ministério da Agricultura, em que Morris N. Kohn pede concessão para si ou para uma empresa a organizar, construir, usar e gozar um elevador mecânico ou uma ponte denominada por sua natureza Inclined Suspension Bridge, para o alto do Pão de Açúcar."

Esse Morris N. Kohn era um inventor judeu norte-americano e que já tentara um sem número de patentes no Rio de Janeiro, algumas bem interessantes, como a de 1873, junto com Joseph Spyer, de fabricação de camas de tecido de arame e palhinha metálica. Outra iniciativa progressista foi a que propôs ao Imperador a 21 de abril de 1884, de instalar luz elétrica no Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvao.

A portaria do Ministro da Agricultura , Conselheiro Henrique d'Avila, de 31 de Janeiro de 1883, dirigida à ilustríssima Câmara Municipal da Corte, submeteu o projeto do elevador do Pão de Açúcar à consideração do corpo da Câmara, merecendo parecer favorável na citada data de março seguinte dos vereadores Pinto Guedes, Emilio da Fonseca e Oliveira Brito.

O elevador mecânico subiria pelo costão marítimo do Pão de Açúcar, e seria muito semelhante ao que seis anos depois o engenheiro francês Gustave Eiffel inauguraria na sua torre, em Paris.

Mesmo com os pareceres favoráveis, nada foi feito. Com a Proclamação da República, em 1889, a concessão caducou e, depois de uma série de decepções com o novo governo, Kohn retornou em 1892 aos Estados Unidos. Somente trinta anos depois, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos realizaria o sonho de Kohn, com o atual teleférico.

 

 

AUGUSTO FERREIRA RAMOS- DADOS BIOGRAFICOS

 

Em 1908, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos, nascido no Estado do Rio a 22 de agosto de 1860, tivera a ideia de um teleférico ligando os morros da Babilônia, Urca e Pão de Açúcar, quando da realização da Exposição Comemorativa do Centenário da Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas, efetivada na Praia Vermelha em 1908. Ano seguinte, idealizou o ousado caminho aéreo funicular do Pão de Açúcar. Unindo-se a Antônio Galvão e ao Comendador Fredolino Cardoso, obteve do Prefeito Serzedelo Correia em julho de 1909 o direito exclusivo de construir e explorar a linha aérea por trinta anos. Do morro da Babilônia ao da Urca há 600 metros de distancia e 224m de altura; daí para o Pão de Açúcar há 800 metros de distancia e 395 acima do nível do mar.

Augusto Ramos, autor de tão notável empreendimento, era lente da Escola Politécnica de São Paulo. A ele se deve o plano de valorização do café que tantos benefícios trouxe à indústria cafeeira do pais,sobretudo de São Paulo. Também da industria açucareira se ocupou largamente, tendo representado seu estado natal em diversas conferências e congressos industriais. Foi ele também que, estudando as finanças nacionais, propôs a criação da Caixa de Conversão, de tão bons resultados para o país. Ainda em diversos estados da União deixou marcas de sua técnica, realizando obras de saneamento no Paraná, na Bahia e no Espírito Santo, instalando neste último poderosa usina hidroelétrica e fábricas de cimento, papel e açúcar.

Sua memória há de perdurar no reconhecimento dos brasileiros, como a de um filho que soube viver o sonho de grandeza de sua terra e de sua gente.

A nós, cariocas, ligou-se desde outubro de 1912. vencendo a incredulidade geral, com o caminho aéreo do Pão de Açúcar, ampliado em janeiro seguinte, quando se atingiu o famoso pico. Esse passeio é um dos mais encantadores do Rio, quer pela sensação da viagem, quer pela surpreendente perspectiva panorâmica da cidade e seus arredores. Não há quem possa ficar indiferente a tanta magnitude. A viagem noturna é ainda mais deslumbrante pela originalidade do quadro que apresenta com a "feérie" de luzes nas mais caprichosas formas geométricas.

Augusto Ferreira Ramos morreu no Rio de Janeiro, a 28 de julho de 1939, deixando desde 1936 a direção de sua vitoriosa empresa a Carlos Pinto Monteiro, que a renovou depois daquela data, dotando-a de maquinismos modernos.

 

 

 

A CAVERNA DO PÃO DE AÇÚCAR

 

 

Todo o Guia de Turismo conhece esse morro, o mais característico da cidade, cantado e decantado mundialmente, com 395 metros de altura, galgados com facilidade pelo bondinho que vai ao seu topo desde 1913, e cujo nome é devido ao fato de os Portugueses acharem-no parecido com as formas de barro onde se colhia o caldo de cana purificado nos engenhos coloniais.

O que poucos talvez saibam é que o Pão de Açúcar também possui uma enorme caverna, aberta por uma falha na rocha gnáissica há, pelo menos, um bilhão de anos, no costão batido pelo oceano Atlântico, fora da barra. Ela é acessível por terra, por um caminho na rocha, depois da pista Cláudio Coutinho, como pelo mar, de caiaque.

Menos gente ainda sabe que até a relativamente pouco tempo ermitões nela residiam.

Desde os anos trinta, nela morou o português Eduardo de Almeida, que contava 58 anos em 1965, vivia da caça e pesca, inteiramente alheio à cidade e sua gente, as quais desconhecia por completo! Em princípios dos anos sessenta dividiu sua caverna com o casal Francisco de Brito e Isidia Maria da Conceição, mais sociáveis, pois vendiam mamão, laranja e banana que plantavam na encosta do morro aos frequentadores da

Praia Vermelha.

Todos foram desalojados pelos militares da Fortaleza de São João em 1968 e desde então só os morcegos a tem habitado.